Cristiano Mariotti

quarta-feira, 31 de julho de 2013

DECIDIR POR VENCER JÁ! Por: Cristiano Mariotti

Na segunda vitória seguida do time do Vasco nesse atual certame brasileiro, não se pode afirmar que não houve evolução com relação àquilo que, bem a pouco tempo, estávamos acostumados a presenciar. Se ainda falta qualidade em certos setores do time, ao menos temos, notoriamente, um time bem mais organizado do que outrora com o ex-treinador. No entanto e tal conforme já descrito em texto anterior, a entrada de Juninho no time divide com Dorival os méritos dessa melhora significativa, mas com o sentimento de que ainda falta muito o que melhorar, embora saibamos que, ao menos, possuímos um rumo agora, coisa que anteriormente nem possuíamos.

Com a ausência de maior qualificação técnica ao time, defendo a formação de uma equipe guerreira, com bravura para conseguir os resultados aliado ao mínimo de organização tática. É dessa forma que já vimos equipes até bem piores do que a nossa obter bons resultados. Pautando-se sobre tais argumentos, sigo a me questionar o que ainda faz jogadores como Pedro Ken e Éder Luís serem titulares de nosso time. Ainda que seja um dos defensores da volta de Dorival Júnior ao Vasco e a ele atribua metade dos méritos dessa tentativa de ressurgimento, é estranho que jogadores que foram relativamente bem em boa parte do ano e no meio da mediocridade no qual o time se encontrava não tenham tido maiores chances sob seu comando. Por exemplo,  Dackson que, ao meu ver, o pouco que fez durante o ano, até então, já o credencia bem mais a uma vaga no time do que Pedro Ken, fraco, sem "sangue" e nada inspirado.

No caso de Éder Luís, em especial, vale a reflexão sobre o que esse moço quer, finalmente, de sua carreira profissional. Não possui mais a explosão ofensiva no qual possuía até o final de 2011  (sendo bem generoso com seu lado atlético), não consegue dar prosseguimento a uma jogada sequer, procura sempre os piores caminhos em campo e, na maioria das vezes, erra nas decisões entre chutar a gol, dar um passe ou, simplesmente, uma "deixadinha" de bola.

Reflexão semelhante cabe a Fellipe Bastos que, mesmo sem ser titular nesse time hoje, é de fato estarrecedor o quanto consegue ser displicente e presunçoso quando está em campo, não justificando de forma alguma sua aparente raiva após o gol de falta (algo que ainda faz vez ou outra) marcado perante o Internacional, há cerca de um mês atrás. Enquadra-se hoje, ao lado dos dois outros citados, nos exemplos do que o Vasco menos precisa para fazer seu time "rodar" com bravura, aliado ao mínimo de qualidade que ainda tem e à organização tática que, aos poucos, Dorival dá a um conjunto (?!) outrora desacreditado.

Entretanto, angustia o fato da dependência do time sobre Juninho. Por mais que saibamos de sua qualidade técnica e representação fidefigna do sentimento de resgate da autoestima e da autoconfiança a esse grupo, era notório que sua idade avançada seria um empecilho para que pudesse jogar todas as partidas, sendo poupado em algumas, tal como será nesse prélio de logo mais perante o Goiás. É bom que se lembre que o atual elenco vascaíno, se não é mais para cair para a segunda divisão, também não é para disputar nada mais do que uma vaga na zona da Copa Sulamericana em 2014. Mas será que esse pensamento conformista de tão somente evitar o segundo rebaixamento em nossa história é suficiente para nós?

E é sobre esse fato que reside, nesse momento, minha principal crítica. Em que pese o processo de eterna reconstrução no qual nós, vascaínos, já nos acostumamos a acompanhar, o Vasco precisa avançar mais e repor o tempo perdido. Apresentar resultados satisfatórios e que demonstrem que, ao menos, os horizontes tendem a clarear mais no futebol, já preparando um "salto de qualidade" ainda nesse campeonato, e não mais postergando as devidas melhorias para o ano seguinte. É esse o discurso que a torcida não mais aguenta: o por quê do eterno conformismo em nos preparar somente para o amanhã se podemos buscar a felicidade agora? O por quê não empreender esforços e buscar, desde já, a possibilidade de chegar-se à principal competição sulamericana - Libertadores - ao menos, já para 2014 e não para 2015? Pensando, dessa forma, na maior exposição de sua marca ao exterior e, com isso, em maiores receitas tanto de TV como de publicidade.

Portanto, para que o real desejo de todo vascaíno seja satisfeito, é necessário insistir no assunto a respeito dos ajustes providenciais. Juninho não atuará em todo jogo, então, precisamos urgentemente de um substituto à altura. Rodriguinho, do América-MG, poderia ser um bom nome e que faz tempo merece maior observação por parte de equipes grandes como o Vasco. Com o retorno de Fágner, falta consertar o lado-esquerdo da linha defensiva fornada por quatro homens. Yotún não me parece ser a melhor opção, tampouco Henrique, ainda muito "verde" para atuar entre os profissionais. A considerar a carência de bons nomes para essa posição no futebol brasileiro, Juan surge como uma opção interessante de resgate. Por sinal, mais um. E considerando que o Vasco é um clube que tem enraizado em sua história a capacidade de resgatar valores, poderia ser uma opção interessante.

No setor defensivo, caberia mais um zagueiro para compor a zaga com o promissor Rafael Vaz, esse que tem se demonstrado uma grata surpresa. Lúcio (que o Vasco tentou contratar em meados do ano passado) poderia ser o nome de peso e com a experiência que precisamos. Mas ainda que esteja em litígio com o São Paulo, só valeria a contratação se ainda pudesse atuar nesse campeonato, ou seja, se tivesse menos do que sete jogos podendo, assim, atuar em outro clube. Do restante do grupo, Nei, Renato Silva, Jomar, Luan, Sandro Silva, Guiñazu, Abuda, Wendel, Felipe Soutto, Montoya (tão logo esteja regularizado, se é que ainda poderá atuar nesse campeonato), Dackson, Marlone, Fábio Lima, André, Tenório e Willen podem compor uma base sólida para sustentar a "briga" pela disputa de posições mais dignas e mais perto do que é condizente para Vasco.

O fator goleiro

Em 1992, eu presenciei naquele campeonato brasileiro o Vasco perder a oportunidade de ir para a final em sucessivas falhas do goleiro Régis. E tudo porque Carlos Germano, o melhor disparado de todos que tínhamos no elenco, ainda era considerado imaturo para tanto, mas que foi justamente a solução tão logo o campeonato terminou e foi com ele que ficamos até o final daquela gloriosa década como titular.

Hoje, Diogo Silva tem tido suas oportunidades, na minha opinião, com justiça e levando-se em conta de que eu fui um dos torcedores dentre muitos a pedir-lhe uma oportunidade, tal a ineficiência de seus concorrentes diretos Alessandro e Michel Alves. Contudo, por mais que seja sob o meu ponto de vista o melhor disparado dentre os três, confesso-lhes que ainda não considero a ele como o goleiro que tanto sonho em ver na titularidade de nossa meta.

Na tentativa fracassada de repatriar o excelente Hélton ainda esse ano, a diretoria do Vasco tem dois caminhos a seguir: ou vai em busca de um goleiro no mercado interno dado o fechamento da "janela de transferências internacionais" ou arrisca-se a ficar com tais que já possuímos. Fazendo uma analogia com o ano de 1992 e a considerar a hipótese de Diogo Silva continuar falhando tal como nas últimas duas partidas -em que apesar de suas falhas vencemos os jogos - a opção mais coerente para Dorival passaria a ser o jovem Jordi, e não no retrocesso de se apostar novamente em dois que já demonstraram que passam bem longe de serem as soluções para o nosso gol.

Sem dúvida alguma, Jordi tem qualidade e ainda poderá ser nosso futuro camisa número um em campo. Se contra ele, no momento, pesa a imaturidade, ao seu favor tem seu belo desempenho defendendo no time de juniores. A questão de momento somente é: dar-lhe uma chance em caso de Diogo não corresponder ou ainda recorrer ao mercado, no que nos restou na série A ou até mesmo observando a série B?

"Fluxemburgo" abre horizontes

Afora a questão ideológica que, por razões de suas próprias trajetórias de conduta, considere que Flunimed e Luxemburgo têm MUITA coisa em comum, considero que não poderia haver algo tão benéfico para o Vasco a sua chegada às Laranjeiras.

Como todos já sabem, quem manda lá para "aquelas bandas" é quem tem dinheiro, no caso, Celso Barros, homem de negócios responsável por empreender o dinheiro de patrocínio de sua empresa no resgate de um clube que já estava quase fechando as portas ao final da década de 1990. Sua imposição por esse nome choca-se em cheio com as vontades de Peter Siensem e de Rodrigo Caetano em ter outro treinador a comandar o clube.

E é sobre esse último que os interesses do Vasco (bem como de grande parte da torcida) vêm de encontro com (mais uma) frustração desse profissional. Para quem conhece de futebol, Rodrigo Caetano possui muito menos visibilidade no clube da empresa do plano de saúde do que possuía no Vasco, além de não possuir a mesma liberdade para moldar o futebol à sua feição. Com seu contrato se encerrando ao final desse ano e unindo-se as suas veladas frustrações à vontade do Vasco através de seu "Presidente de fato", Cristiano Koehler, em tê-lo de volta à São Januário, não é nenhum devaneio considerarmos tal reconciliação a partir de janeiro de 2014. Em minha opinião, para o nosso bem, pois além de competente, tornou-se vascaíno pelo convívio e por conviver durante três anos de perto com nosso clube e nossa belíssima história.

O tempo se encarregará de elucidar essa "equação"...

Papo Vascaíno

Depois de tempos arquitetando a ideia, gostaria de informar-lhes que minha intenção, finalmente, fora satisfeita e que o programa "Papo Vascaíno" já encontra-se no ar! Iniciamos no domingo passado esse projeto, no qual sou coordenador e apresentador, que conta com apoio total do companheiro Márcio Santos e de boa parte dos membros de sua equipe do "Só Dá Vasco": eu, inclusive, ao lado de Carlos Gregório Júnior, Carol Canoa, Daniel Freitas, Eduardo Canellas, José Carlos Prata, Júlio César Teixeira e Matheus Alves. Compondo essa equipe bem eclética sob o ponto de vista de origens e regiões do Brasil, temos como componentes, também, Mauro Segadas (do Blog da Colina), Rafaela Fernandes (do site Vascalindas) e Henderson Dourado (ex-colaborador do SuperVasco e morador de Vila Velha, Espírito Santo), além de Raimundo Almeida, do grupo voluntário pelo projeto de Revitalização do entorno de São Januário.

A cada semana, estaremos sorteando um ouvinte ou leitor do SuperVasco (a quem, desde já, agradeço pela parceria, pelo apoio e pela divulgação do trabalho) para participar conosco, utilizando o recurso Hangout oferecido pela mídia social Google+. Para quem quiser se habilitar, inclusive, a fazer parte desse projeto, os e-mails para contato são programasodavasco@gmail.com e superpapovascaino@gmail.com, Desde já, agradecemos pela bela audiência em nosso programa de estreia, bem como ao apoio de todos: dos ouvintes em especial, da equipe Só Dá Vasco e SuperVasco, através de Elisvaldo Coelho (dono) e Jéssica Corais (gestora de conteúdo) !

"Toque final"

No Vasco, só se pode contar com algo depois de assinado. Antes, é especulação somente e muitas vezes "dá zebra". No caso das certidões, é estranha tamanha morosidade para se obter, já que o acordo fora feito segundo a diretoria administrativa do clube. Uma coisa, no entanto, é certa: se o Vasco tivesse um mínimo de representatividade (ausente há tanto tempo nos bastidores do futebol), já estaria com os documentos em mãos e os patrocínios selados. Enquanto o Vasco não tratar a sério essa questão, passaremos por diificuldades iguais ou ainda piores do que essas.


Cristiano Mariotti
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cris.mariotti@crvasco.com
Twitter: @crismariottirj

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