Desde
o início desse ano, o Vasco deixou bem claro para todos que os primeiros seis
meses seriam de angústia e sofrimento por um time muito aquém do desejado,
contudo o que se pôde arrumar dentro do atual cenário sem dinheiro e sem moral
no mercado da bola. Esperava-se, no entanto, que ao final de abril já houvesse
o encaminhamento de um time a ser completado para a disputa da Série A, o que
de fato acabou não ocorrendo. Hoje, o Vasco possui um protótipo incapaz de
sequer sustentar o discurso vazio de seu Presidente, o mesmo que em 2008 também
afirmara que o “Vasco não seria rebaixado”, e que ao final do ano comprovou-se
que discurso sem prática não leva a resultado algum que traga satisfação.
No
Vasco dos discursos e das práticas políticas e das frases clichês ao meio de
tanta desinformação, cabe a nós, torcedores, deduzirmos que iremos com esse
atual time até o mês de junho, para caso o cenário melhore, havendo o tão
sonhado desbloqueio das verbas e a chegada de novos patrocinadores, o time seja
melhorado e transformado em algo que possa nos dar maiores esperanças de um
final de ano mais digno e menos sofrido.
Tudo
isso, no entanto, é muito incerto e inseguro. O que temos de mais correto nesse
estágio de nossa história é somente o desejo de que 2013 passe rápido, tal como
o certame brasileiro a se iniciar. Se há um passado nem tão distante nos
indignávamos com times desse quilate, hoje o discurso é apaziguador, consolador
e passivo. Não há nada que nos garanta dias melhores e nem perspectivas de
melhora em curto prazo. Aceitem ou não, o Vasco aprendeu a pensar pequeno e a
agir como submisso.
Se
vivíamos sustentados em bravatas no passado, o presente é de gerundismo e de
promessas não cumpridas. O modelo é orientado para o “não” que é o que já
possuímos, pois para pensar no “sim” precisa-se de muito mais do que somente
promessas. Em síntese: em uma abordagem down-up (do mais específico para o mais
geral hierarquicamente falando), precisa-se de alguém com o pensamento de Vasco
parecido com nosso atual técnico Paulo Autuori no topo a comandar.
O paradoxo formado
Sem
dinheiro, sem time. Sem time, sem títulos. Sem títulos, sem retorno em mídia,
em marketing, em autoestima para seus torcedores. Sem os próprios entusiasmados
a se associarem e ajudarem o clube financeiramente. Considerando o Vasco como
administrado como empresa, gasta-se o que se pode e obtém-se o resultado
proporcional ao seu investimento. Mas como obter retorno desportivo e
financeiro, perpetuar uma grandeza e fazer crescer uma torcida sem esse retorno,
com times que passam longe das conquistas e jogadores que passam longe de serem
ídolos da torcida?
O
plano de sustentabilidade financeira e de desenvolvimento sustentável do clube
passa por pessoas capazes, dignas de confiança e com respaldo da direção do
clube. Passa, por exemplo, pela competência não demonstrada, em quatro meses,
de se renegociar seu passivo junto à Receita Federal e de se resolver, de vez,
os problemas das penhoras das verbas recebíveis, além da implantação de novas
fontes de captação de verbas, como é o plano de sócios de um clube. Esse
último, fruto da morosidade de uma diretoria que sempre trabalhou dessa forma,
tornou-se hoje muito mais desejo de associação para cunhos políticos do que,
propriamente, pela consciência de se auxiliar ao clube em primeiro lugar. Como
se declarar, então, profissional e pedir apoio e crédito se práticas e
pensamentos retrógrados ainda são dominantes para diretores eleitos que não
souberam evoluir ao meio de tantos erros cometidos desde o momento de sua
posse?
Não
que se duvide da competência de um profissional como Cristiano Koehler, mas já
passa do momento dele mostrar bem mais do que vem demonstrando até então. Ainda
assim, contar somente com sua competência é muito pouco: é preciso bem mais do
que um CEO na “Presidência Profissional” para fazer a máquina girar. Fica claro
que pessoas capazes montam equipes capazes. Resta-nos saber o que tem feito a
equipe profissional trazida por Koehler para o Vasco durante esses quatro
meses, dentro da falsa transparência da diretoria eleita sob as esperanças por
dias melhores. Quais são os resultados apresentados até o momento que seja
digno de grande reconhecimento: nos tão criticados setores jurídicos e de
marketing, inclusive.
O Vasco de Renê
Em
(mais uma!) de suas recentes entrevistas, René Simões projetou a criação de um
“Vasco B” no futuro. Tal afirmação nos leva a algumas reflexões: a mais sensata
delas nos faz pensar que René estaria se referindo a esse atual time e
ambiente, candidato justamente ao descenso para a Série B e que, no somatório
do ano, faz uma campanha ridícula para o que já foi o Vasco um dia. Em outra,
podemos imaginar que se trata da previsão do que pode estar por vir, daqui a
seis meses e a continuar com esse cenário em que nos encontramos, e a formar um
time para ser obrigado a disputar, novamente, a Série B em cinco anos de gestão
Roberto. A última interpretação, e essa para quem preserva o Vasco ainda como
GIGANTE, nos faz pensar que é mais um de seus equívocos, pois o Vasco B ainda
que incompleto é o que possuímos atualmente. Falta melhor articulação e
dinheiro para formar o Vasco A.
Renê
Simões sabe que não conta com verba para trabalhar. Que nesses momentos,
criatividade e sigilo absoluto em negociações são determinantes para a formação
de um time dentro de seu limite estabelecido. Ainda assim e tal como um
principiante no mundo do futebol, utiliza-se de expedientes que desvalorizam
sua fala e depreciam sua própria imagem. Sua melhor resposta é com trabalho e
resultados práticos, e não com tentativas de convencimentos e de encantamentos através
de discursos filosóficos que enriquecem aos seus mais ferrenhos críticos e que
nada agrega em retorno para o Vasco.
Hoje tem Libertadores em São
Januário...
...contudo,
ao contrário de ser o Vasco o dono da festa, caberá ao tricolor sem escrúpulos
das Laranjeiras o dever de transformar em “Caldeirão” ao mesmo estádio em que o
próprio, ao lado de Botafogo e Flamengo, se recusam a jogar seus clássicos na
condição de visitantes contra o dono da melhor casa em condições de receber
grandes jogos nesse momento, na capital. Reconhecida, inclusive pela FIFA, que
a usufruirá durante a Copa das Confederações e que abrigará a um amistoso
internacional durante o período de treinamentos das demais seleções. Se há um
ano, o discurso era de participações seguidas na Libertadores, hoje São
Januário só é mandante de jogos internacionais para os torcedores alheios. Quem
sabe, “pelo bem do futebol do Rio de Janeiro”, seja ela a abrigar a final desse
ano, ao passo que se tivéssemos chegado à final da mesma competição ano passado
teríamos que jogar no Engenhão ou qualquer outra praça, por descuido da
diretoria de não a saber liberar junto à Conmebol ainda em dezembro de 2011.
E o verdadeiro vice?
Foi
praticamente zero a repercussão da imprensa carioca sobre o mais novo
vice-campeonato do recordista disparado de vices em nosso país que é o
rubro-negro produzido pela mídia, segundo o regulamento do Campeonato que se
encerrou. Ao contrário, a triste constatação de que, em um programa esportivo
de uma emissora “poderosa” de nosso país transmitido na última segunda-feira,
havia jornalistas muito mais a exaltar seu “grandioso título” conquistado de
“campeão dos superclássicos”. Nos jornais de grande circulação, nada da palavra
“vice” ou de referências a seu respeito associadas com o clube da Gávea. Alguém
haveria de duvidar de que seria diferente?
“Toque final”
Foi
muito gratificante receber um e-mail de elogios ao meu trabalho aqui no
SuperVasco – bem como as demais mídias vascaínas no qual sou colaborador dentro
do espaço que possuo fruto de confiança e de reconhecimento de meu sincero
sentimento por esse clube – do astronauta Humberto Quintas, que levou a
bandeira de nosso amado clube à estratosfera em uma de suas odisseias pelo
espaço! A ele, registro e agradeço de forma recíproca meu carinho e admiração
pelo seu grande feito em favor de sua profissão e de nosso grandioso Vasco!
Abaixo, segue o vídeo postado para quem não viu ainda.
Cristiano Mariotti
cris.mariotti@crvasco.com.br
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